Você sabe a diferença entre autoestima e autoconfiança? Já parou para pensar sobre isso? Estes são dois conceitos que podem parecer iguais, mas cada um representa algo diferente e, apesar de estarem interligados em certo nível, continuam bem distintos.
A autoestima se refere à forma como nos valorizamos e percebemos nosso próprio valor. É a avaliação interna que fazemos de nós mesmos. Ela está ligada à nossa autoimagem e ao amor-próprio e, por esse motivo, deveria ser constante e incondicional. É um conceito que não está vinculado às nossas capacidades e habilidades de fazer alguma coisa, e sim a “quem somos”. Quando a autoestima de alguém oscila, isso pode significar que essa pessoa atrelou seu valor a uma referência externa, e não ao amor que sente por si mesma.
Autoestima é algo independente de fatores externos. Por exemplo, suponha que uma pessoa tenha um projeto para entregar em seu trabalho. Essa pessoa se esforça muito durante meses para entregar o projeto e, quando termina, percebe que não teve um bom resultado. A pessoa pode se sentir decepcionada por não ter conseguido um bom resultado, e isso é normal, mas sua autoestima permaneceria igual. Uma pessoa que tem uma autoestima saudável consegue lidar melhor com seus supostos “fracassos”, aprender com eles e tentar novamente, simplesmente porque ela não condiciona seu amor-próprio às coisas que faz. Quando temos uma verdadeira autoestima, nos sentimos dignos de amor e respeito, independentemente de nossos sucessos ou falhas.
Já a autoconfiança diz respeito às nossas capacidades de realizar tarefas e enfrentar desafios. É a segurança que sentimos em relação às nossas habilidades e competências em determinadas situações. A autoconfiança pode variar conforme o contexto. Por exemplo, podemos ser autoconfiantes em nosso trabalho, mas inseguros em relacionamentos sociais. Uma pessoa pode ter muita autoconfiança em um esporte, por exemplo, mas após sofrer uma grande derrota, tornar-se insegura e questionar a si mesma sobre suas capacidades. Inclusive, caso ela não tenha uma autoestima verdadeira, que é incondicional, pode demorar a conseguir recuperar sua autoconfiança!
Como um contraexemplo, uma pessoa que não tinha autoconfiança em um esporte pode se tornar progressivamente mais confiante com treinos e práticas. Em alguns casos, nossa autoconfiança pode até dar saltos, diante, por exemplo, da superação de um grande desafio. A autoconfiança pode ser desenvolvida e fortalecida através da prática, da experiência e do aprendizado e, neste processo, é apoiada pela autoestima.
Muitas pessoas acabam achando que as duas coisas são iguais ou muito parecidas, mas, de fato, são bem diferentes. Obter uma boa autoconfiança está ligado diretamente a ter uma verdadeira autoestima. Quando você se valoriza e se ama de forma incondicional, dificilmente terá grandes problemas em construir sua autoconfiança nas atividades que exerce. Você sempre se dará o apoio e o incentivo para se desenvolver, reconhecendo a necessidade de melhoria e evoluindo, seja no âmbito profissional, acadêmico ou social.
Diante de tudo isso, a pergunta é: o quanto você realmente se dá valor de forma incondicional? Quanto você depende de fatores externos para verdadeiramente se amar? O que podemos fazer para melhorar a autoestima? O mais importante é conseguir desvincular sua autoestima de suas conquistas e fracassos. Tome um tempo para olhar para sua vida e tudo que conquistou.
É comum nos compararmos a outras pessoas mais “bem-sucedidas” e, certamente, podemos nos achar menos ou sentir que não somos bons o suficiente. Entretanto, cada pessoa tem uma história e a única pessoa que pode te julgar é você mesmo. Talvez você não tenha conseguido conquistar tanto quanto uma outra pessoa, mas certamente ela não estava passando pelas mesmas coisas que você, porque sua história é única e todos nós enfrentamos situações em que temos mais ou menos dificuldades.
Certamente, se você chegou até aqui, é porque você merece. Você sobreviveu a todos os desafios, conseguiu se superar e você é muito mais do que suas conquistas e derrotas. Entender e reconhecer isso é o primeiro passo para se construir uma boa autoestima. A única referência para você se comparar é com “você de ontem”, e mesmo que tenha dado um pequeno passo, isso é o que importa!
Ame-se verdadeiramente e desenvolva-se continuamente!